Apesar de detonar “ditadura”, Pollon vai ao STF para anular projeto que protege crianças nas redes sociais

Apesar de detonar “ditadura”, Pollon vai ao STF para anular projeto que protege crianças nas redes sociais

Apesar de adotar o discurso de que vivemos “ditadura da Justiça”, o deputado federal Marcos Pollon (PL) ingressou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para anular a votação do projeto de lei que aumenta a proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais. O parlamentar bolsonarista é contra a medida, porque a considera “censura”. O relator do pedido de Pollon é o ministro Flávio Dino, do STF, a quem o deputado chamou de “comunista” e “juiz parcial”. “Como esperar imparcialidade de quem sempre usou a política para atacar adversários ideológicos?”, atacou o integrante da extrema direita em Mato Grosso do Sul. No mandado de segurança, Pollon pede para o STF anular a votação realizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), que aprovou a tramitação em regime de urgência do “PL da Adultização”, como a proposta ficou conhecida e ganhou apoio de pais e da sociedade preocupados com a violência contra crianças e adolescentes nas redes sociais. “A oposição tentou realizar a votação nominal, pedido realizado pelos Deputados Federais Marcel Van Hattem e Mauricio Marcon, sendo que, por meio de seu presidente, aprovou, por votação simbólica, na sessão do dia 19.08.2025, o pedido de urgência para a tramitação do Projeto de Lei 2.628/2022, que ficou conhecido como ‘PL da Adultização’ ou “PL da Censura”, mas Hugo Motta, ARBITRARIAMENTE afirmou que o assunto já estava encerrado e não permitiu discussões”, lamentou Pollon. “Ressalta que ‘Motta busca aproveitar a efervescência do tema da ‘adultização’ de crianças nas redes sociais, impulsionado pelas denúncias do influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, sobre exploração e exposição precoce de menores’”, pontuou. Para o Pollon, a estratégia de Motta “jura defender as crianças nos ambientes digitais, mas não passa de censura”. Ele quer anular a votação do regime de urgência e debater a proposta desde o início, com a criação de uma comissão especial para analisar o projeto de lei. Em despacho publicado nesta terça-feira (26), Dino determinou a notificação do presidente da Câmara dos Deputados para decidir sobre o pedido de tutela de urgência. “Reputo indispensável a prévia apresentação das informações pela autoridade apontada como coatora, a fim de viabilizar exame cauteloso e adequado das alegações deduzidas pelo Impetrante”, pontuou o ministro. Crítico feroz do STF Pollon tem sido crítico ferrenho e raivoso do STF. Ele tem repetido diariamente que a corte tem instalado a ditadura no País por meio do ministro Alexandre de Moraes, porque determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o levará a julgamento a partir de terça-feira (2) pela trama golpista. Ele também detonou Flávio Dino. “Flávio Dino no STF: Juiz ou Militante? Ele próprio já afirmou: ‘Sou comunista, graças a Deus’. Construiu sua trajetória política no PCdoB, defendeu o controle da mídia e o desarmamento da população… E hoje ocupa uma das cadeiras mais poderosas do país: o Supremo Tribunal Federal”, afirmou Pollon. “Mas fica a pergunta: O STF deveria defender a Constituição ou projetos partidários e culturais?”, questionou. Ele também defende o impeachment dos ministros do STF. O deputado tem se notabilizado por pregar uma coisa e fazer outra.